O Brasil
é um teatro ou um circo, conforme o gosto do freguês. E ao mesmo tempo é um
absurdo!
Bingo!
Descobri! Fantástico! Não vivemos em um país. Não, o Brasil não é uma nação,
não é uma pátria, não é um lugar. É uma utopia imaginária (a redundância é
proposital) à qual estamos atrelados.
Ou
melhor, o Brasil é um roteiro, um script.
Uma peça teatral, sem pé nem cabeça, estrelada por 200 milhões de atores ou de
palhaços, dependendo do observador.
Somos um
Roteiro de uma peça do Teatro do
Absurdo. Um roteiro digno de ser comparado com as obras-primas de Eugène Ionesco. Olhem por aí vocês logo enxergarão a beirada do
palco, a plateia lotada de espectadores incrédulos. Dá para ver os camarins, há
até a parte luxuosa reservada aos canastrões de Brasília.
Olha!
Ali! Ali estão os cartazes. Qual é o nome da peça? Brasil a utopia do
absurdo.
Brasil a utopia do absurdo, que nome
significativo, relevante, ao mesmo tempo não diz nada e diz coisa nenhuma. Mas
retrata muito bem o que é o nosso país.
E lá vamos nós ‘barbarizando’ na interpretação
do roteiro, a concentração dos atores é fenomenal, parece time de futebol
momentos antes da grande final.
Os políticos regem e orquestram ‘os absurdos’,
alguém diz que a peça foi superfaturada, outro vocifera que desviaram o
dinheiro da bilheteria. Tudo absurdamente normal. Afinal, estamos na terra, ou
será teatro, do absurdo.
Mas nada, nada tira a atenção da claque. Vamos
entrar na Sapucaí, quero dizer no palco, vamos ser estrelas (opa!!!!! Estrelas?
vermelhas?), vem aquele aperto, um deja
vu. É melhor parar por aqui.
Que
nada, bola prá frente vamos encenar o
nosso futuro. O futuro do/no país do futuro!
Convenhamos no dia-a-dia, as manchetes de
jornal do Brasil parecem ou não um roteiro do teatro do absurdo. Para quem não
sabe Teatro do Absurdo refere-se a obras teatrais que tentam retratar de forma
pouco convencional ou totalmente non
sense aspectos inusitados e peculiares da existência humana e da sociedade.
É uma forma de teatro que tenta ‘explicar’ de um jeito digamos absurdo, os
absurdos do convívio em sociedade.
Teve no romeno Eugène
Ionesco um de
seus maiores representantes. Ionesco mais que ridicularizar as situações mais
banais, retratava de uma forma tangível a solidão do ser humano e a insignificância
da sua existência em contraponto as práticas caóticas e ridículas impostas pela
sociedade.
Nasce do
Surrealismo, sob forte influência do drama existencial, tecendo críticas à
sociedade e difundindo uma ideia subjetiva a respeito do obscuro e daquilo que
não se vê e não se sente. A principal fonte de inspiração dos dramas absurdos
era a burguesia ocidental, que, segundo os teóricos do Absurdo, se distanciava
cada vez mais do mundo real, por causa de suas fantasias e ceticismo em relação
às consequências desastrosas que causava ao resto da sociedade.
É ou não é a cara do Brasil?
Se pensarmos bem nossos ‘desgovernos’
parecem com o Mestre da peça homônima de Ionesco. Todos saúdam o Mestre, todos
esperam pela chegada do Mestre. O Mestre é aquele que sabe tudo, aquele que vai
resolver tudo. Então entra o Mestre e o Mestre não tem cabeça.
Um interlocutor grita: “olhem
o Mestre não tem cabeça e todos os demais lhe respondem ‘para que cabeça? Ele é
o Mestre e isto basta”. Mais ou menos o que querem nos incutir, goela abaixo.
Olhem o Lula! O pai dos
pobres! Mas e o mensalão? E o petrolão? E o Triplex? Não interessa é o Lula, o
redentor do Brasil, o resto, inclusive sua opinião, não importa. É o Lula,
basta! Pelo menos para os idiotas e para os canalhas.
Ou então, as vezes não lhes
parece que somos governados por alguém aparentemente ‘sem cabeça’. É o Mestre,
faz parte do roteiro.
O Brasil é um Tratado aberto de Patafísica. Patafísica é ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções. Frequentemente se expressa por meio de uma linguagem aparentemente nonsense, resultando em um modo pessoal e anárquico de explicar o absurdo da existência. Se parece ou não com o Congresso ou STF?
Mas por um lado é até bom. Se tudo não passa de uma peça teatral chegará a hora derradeira em que a peça acabará. Sabe aquele momento em que as cortinas baixam, a plateia aplaude e voltamos para a realidade.
Escutem! Acho até que está acabando. Ouço palmas ou serão vaias? Melhor não arriscar, hein! Certamente são gritos. Gritos de protesto.
Putz! A plateia acordou. Os canastrões estão fugindo. O palco pegou fogo e o teatro está vindo abaixo. Deve ter sido uma obra da Odebrecht.
É vivemos um conto triste até agora. Um roteiro absurdamente digno dos Mestres do Teatro do Absurdo. Mas não esqueçam que a plateia um dia acordará. E aí o teatro virá abaixo. Pelas palmas ou pelas vaias? Saberemos, em breve!
Até lá como dizem os franceses...Mérde! Quebrem a perna!
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