sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

No Reino da Rainha de Copas ou...Cortem a Cabeça!


Dizem que muitas vezes a arte imita a vida e em outras a vida imita a arte. Nestes casos muitos autores, poetas e escritores acabam sendo mais que visionários, são autênticos profetas, imprimindo em sua obra visões de um futuro muitas vezes distante, mas que ocorrerá tal e qual um déjà vu, por mais fantástico e inacreditável que pareça. Lewis Carrol é um destes ‘profetas’ que em sua obra nonsense Alice no País das Maravilhas,  testemunhou e registrou, desde o passado, o Brasil do século XXI.
Loucura ou excesso de imaginação de minha parte? Será? Vejamos.
O País das Maravilhas, criado por Carrol, país governado por uma Rainha Louca – a Rainha de Copas -, que só se veste de Vermelho, tem um cabelo estranho, é cabeçuda (nos dois sentidos: por ter uma cabeça de tamanho avantajado e de ser de uma teimosia ímpar), não ouve ninguém, é mal educada e só sabe gritar e dar broncas por tudo e em todos. Será que este personagem lembra alguém? Acho que nós podemos reconhecer aqui uma ‘certa’ semelhança entre o País das Maravilhas e o nosso Brasil.
Lula, Dilma et caterva também criaram, tal qual Lewis Carroll, a estória do Brasil Maravilha, país sem igual, com que fomos presenteados por uma dádiva divina, 24 horas depois da posse do apedeuta em seu primeiro mandato.
Um  País das Maravilhas em que tudo é fantástico e, redundantemente, maravilhoso. País este que só é conhecido por aqueles poucos apaniguados do partido ou, por aqueles que ainda acreditam em estórias da Carochinnha. Mas eles juram, do fundo de suas mentes doentias, que este país existe, está aí e só não é visto por culpa da oposição.
O Brasil  Maravilha, cantado em prosa e verso por esta turma, é um país sem inflação, onde tudo funciona, não há violência, a educação é de primeira, a assistência a saúde maravilhosa, não existe desemprego, entre tantas outras bençãos dos céus. Gostaria que me dessem um mapa para achar o caminho para o Brasil Maravilha.
Será que as semelhanças param por aí? Não, o visionarismo nonsense de Carrol mostra ainda mais semelhanças entre os dois países das Maravilhas. A Rainha de Copas, em um das muitas adaptações feitas por Hollywood, tem um conselheiro caolho, homem que é pura maldade, que a aconselha e lhe ensina como extorquir e explorar ainda mais o povo do País das Maravilhas. No nosso Brasil Maravilha também temos um Conselheiro ‘contra o povo’, claro que ele não é caolho, podemos até dizer que enxerga longe, mas, ao invés de um olho, lhe faltam outras cositas como caráter, vergonha na cara e um dedo.
E o nosso Chapeleiro Maluco, aquele que habita as bandas do Jaburu. Toda hora troca de chapéus, de lado e de opinião, mas tem como objetivo fixo sentar-se  a cabeceira da mesa, ou do país, na hora do chá. Lança-nos enigmas e falas sem sentido, choramingos e reclamações, mas só age em prol de interesses, os seus e os dos caciques de seu partido.
Na Corte do País das Maravilhas todos fingem ter defeitos físicos, além dos notórios defeitos de caráter, para conviverem como Nababos nos corredores, salas e salões do Palácio. Todos fingem qualquer coisa que seja necessária para manterem-se a sombra do poder. O importante é não desagradar a Rainha de Copas, pois senão ela ordena, gritando:
- CORTEM A CABEÇA! CORTEEEMMMM A CABEÇA! Condenando sumariamente os incautos.
Ah! E no Brasil Maravilha, nossa Rainha Vermelha, como gostaria de poder fazer o mesmo e gritar, cortem a cabeça, e zap, livrar-se daqueles que ousam desafiar sua vontade. Se pudesse fazer isto, hein?! Quantos jornalistas não amestrados, juízes e procuradores da república, entre outros, conheceriam de perto a máquina de Monsieur Guillotin.
Mas nossa corte também não fica longe da homônima do País das Maravilhas. Nossos ‘nobres’ transitam lépidos e fagueiros entre os Palácios da Praça dos Três Poderes. Alguns, verdadeiras aberrações, desprovidos de caráter e moral, mas vestindo ternos, togas e arrogância, reverenciando e homenageando a Rainha Vermelha e seu Criador. Ostentando o que nós, o povo, sustentamos a duras penas , através dos pesados impostos que pagamos e que nada nos dão de retorno.
É Lewis Carroll foi um visionário ao descrever o Brasil Maravilha do século XXI, mas também nos mostrou o caminho da redenção, mostrou-nos em sua obra, de forma sutil, como livrar-nos desta súcia.
Alice, a menina do livro, age como ‘gente grande’, contesta a validade das ordens da Rainha e Rei de Copas e recusa-se a atendê-los. Discute com a Rainha de Copas, enfatizando as atitudes ridículas cometidas na corte do País das Maravilhas. A Rainha ordena, aos gritos que Cortem-lhe a cabeça! Mas Alice não tem medo, confronta-os, a Rainha, os Soldados, a Corte e todo o status quo do País das Maravilhas. 
Alice é o povo do Brasil real, que não aguenta mais ser explorado e extorquido e, que vai as ruas mostrar sua força. Vai reduzir  ao ridículo esta corte de dementes, deformados moralmente e desprovidos de caráter, vai desnudá-los em público, expor seus crimes e apresentá-los aos rigores da lei, seja na Papuda ou em Curitiba.
 Alice, o povo, vai às ruas clamar por justiça e gritar, como gritavam os personagens do filme de Tim Burton: Fora Cabeçuda! É isso aí, o povo que presta vai gritar, para dar um fim ao Reino da Rainha Vermelha e de sua Corte, Fora Cabeçuda! Fora Corja de Ladrões!
Gritemos pois, juntos, povo sofrido do Brasil decente, gritemos juntos pelo nosso futuro.

FORA CABEÇUDA!!!!!!!!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Pau D'água de Garanhuns


O Brasil, país de dimensões continentais, abriga em seus mais de 5000 municípios figuras humanas ímpares. Escondidos nos rincões distantes ou bem ali na esquina movimentada das grandes cidades estão eles, a expressão simbólica de nossa diversidade, são artistas de rua, mendigos, malucos beleza, loucos de pedra, homens e mulheres fantasiados, bêbados, andarilhos, entre outros. Todos eles detêm histórias e estórias humanas interessantes, tristes, alegres, trágicas ou cômicas, estes personagens fazem parte da brasilidade e estão presentes por todo o país.
Entre estas figuras destacam-se os bêbados por sua ‘distribuição’ universal nos recantos do Brasil. Não falo dos bêbados caídos e destruídos pelo uso contínuo do álcool, mas daqueles bêbados, também de triste sina, mais conhecidos como PAUS D’ÁGUA
O pau d’água é aquele bêbado espalhafatoso, gritão e fanfarrão que bate ponto nos botecos de esquina das cidades e, entre a delicada tarefa de equilibrar-se e de movimentar-se no estilo homem-aranha, vocifera suas teses e teorias.
O Pau D’água têm resposta para tudo - política, religião e outros dilemas universais. Seria, em sua nada modesta opinião, o melhor administrador do país. 
O Pau D’água sonha, delira e grita aos quatro ventos que se chegasse a ser Prefeito, Governador ou quiçá Presidente da República resolveria todos os problemas do país pois ele (na sua opinião) sabe tudo e, ele (também no entendimento de seu ego inflado) representa o povo brasileiro, ou melhor, ele é o povo brasileiro.
Quem de nós ainda não encontrou pencas de Paus D’água Brasil afora? Até aí nada demais, são  apenas homens e mulheres dignos de pena por sua condição de dependência. O problema é quando um personagem destes tem seus desejos atendidos e submete a seus delírios e vontades toda uma nação.
De origem macunaímica nosso personagem principal ocupou–se de diversos papéis antes de comandar a derrocada do país, ressaltando em todos, seu caráter idêntico ao do personagem, ou seja, NENHUM CARÁTER.  
De retirante legítimo passou por um breve período como operário, seguido pelo ofício representar os trabalhadores do Brasil, mesmo sem nunca ter trabalhado. De parlamentar inexpressivo a incansável candidato, elegeu-se ao cargo que pleiteou, implementando aí seu projeto de poder a todo custo, independente de quem pagou e pagará a conta.
 O boquirroto e vociferante apedeuta, que nada sabe e nada diz, é  imagem comum em todos os recantos do Brasil. O bêbado de rua gritando e vociferando bobagens, coisa dos típicos paus d’água. Só que diferentemente destes, que só causam mal a si próprios e as suas famílias, nosso pau d’água atingiu todos os brasileiros, comandando a quadrilha que nos assaltou e roubou a esperança do povo brasileiro.
Triste sina da Cidade de Guaranhus que legou ao Brasil esta figura poluta. Quiçá tivesse ficado por lá, seria hoje mais uma destas figuras pitorescas, mais um Pau D’água a vociferar bravatas pelas esquinas. Mas ganhou o Brasil nas asas de um Pau de Arara e fez o que fez, apesar de dizer que não fez.
Mas o povo acordou, a justiça mostrou que apesar da cegueira enxerga no escuro. O Pau D’água de Garanhus e todos os outros polutos personagens, nacionais e bolivarianos, que o cercam estão com os dias contados, suas histórias e estórias vão acabar na Papuda e nas congêneres América a fora.
E nosso pau d’água, não vai voltar para Garanhuns, não.  Vai acabar vociferando uma ode ao sol nascendo quadrado.