terça-feira, 26 de maio de 2020

CONJECTURAS





Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus”, e a montanha pariu um ridículo rato. Põe ridículo nisto! Corro o risco de chover no molhado, mas não vou me abster de opinar. Ademais não creio que a montanha tenha parido apenas um rato, foram muitos, ridículos, sujos, pestilentos e perigosos. Ratos de toga, ratos de terno e gravata, ratos com microfones, redações, jalecos e poder.
Nesta quarentena que já está virando doble quarentena, mais para uma octatena, eu acabei ficando mais quieto. Não porque esteja trabalhando muito ou esteja muito ocupado. Apesar de que, registre-se, tenho trabalhado, de forma remota e, também presencialmente, em meu laboratório com minhas pesquisas e no Campus ajudando na fabricação de álcool gel. Pelo bem de minha sanidade tenho conseguido manter um ritmo de trabalho diário de cerca de 8 horas, embora o trabalho remoto se mostre mais desgastante. 
Mas tenho sentido um cansaço muito grande, cansaço de ter que viver e conviver com tanta safadeza e burrice.
Então procuro ficar quieto refletindo. Engulo sapos, mas não brigo (muito) pois se expressar minhas opiniões no meio acadêmico, onde vivo e trabalho, serei crucificado, em praça pública. Mas é duro, difícil ver pessoas destruindo nossas esperanças com pseudociências, falsos cientistas oportunistas, políticos falsos fazendo politicagem, usando da desgraça para roubar e atingir seus objetivos escusos.
 A única coisa que me gratifica neste momento é saber que meu voto não foi perdido, ainda temos um líder que se preocupa com Brasil. Falem o que quiserem de Bolsonaro, mas o que eu vi na fadada reunião ministerial foi um líder, um presidente preocupado com seu povo, preocupado em cumprir suas promessas de campanha. 
E, apesar dos palavrões, quem não os fala, ainda mais em privado? Deixem de ser demagogos! Gostei muito do vídeo.
Lula aquela candura pudica nunca falou palavrões? Dilma era só finesse quando mandou o brigadeiro que pilotava o avião presidencial se foder em meio a uma turbulência. Ou quando o motorista cansado de suas grosseiras abandonou-a no carro oficial, tendo que o volante ser assumido por um segurança. Segundo aqueles que frequentam os bastidores e as latrinas do poder, em Brasília, apenas Sarney não era afeito dos palavrões.
E daí se Bolsonaro fala palavrões, eu também falo prá caralho e quer saber votei para ter um Presidente que se preocupe com o povo, que cumpra suas promessas de campanha e não roube. Isto ficou muito claro no vídeo de ‘propaganda’ liberado pelo STF e nos atos de Bolsonaro até o momento. 
Ah! Mas eu não gosto das suas promessas de campanha. Problema é seu. Não votou nele porque não gosta dos promessa de campanha é seu direito. E ele se elegeu apesar de não ter o seu voto? Democracia é isso meu caro, a maioria vence, o resto é ‘mimimi’ de perdedor. Fodam-se!
Mas tenho de registrar que fiquei perplexo com afastamento de Sérgio Moro. Sobretudo porque se afastava do governo um homem símbolo, aquele que se tornara ícone do combate a corrupção. O cara que enjaulara o ‘Nove Dedos’. Tinha-lhe uma grande consideração. Quando Sérgio Moro se afasta do governo Bolsonaro cria-se um dilema entre todos aqueles que admiravam aos dois, aqueles que lutam por um Brasil melhor, por um Brasil decente. A forma como se deu o fato mostrava que um dos dois estava mentindo, não importa qual, um dos dois estava mentindo. E eu me decepcionaria. Mas sobrevieram os fatos.
Primeiro votei em Bolsonaro, por ele mesmo, pelo que ele representava e, ressalte-se, apesar dele mesmo. Não votei em Moro, ele não era candidato, se o fosse teria meu voto, naquele momento. 
Depois vieram os fatos ‘incontestáveis’ da grande imprensa e a iminente queda de Bolsonaro. Mas os fatos e a realidade são teimosos e que vejo? 
Sérgio Moro aquele que sofreu implacável ataque da grande imprensa, da Globo, Veja et caterva. Aquele que sob ataque, mentiras e crimes foi crucificado e teve ao seu lado Bolsonaro, seu Governo e o povo. Agora era só sorrisos, herói do Jornal Nacional, destaque do Fantástico. Continuando assim quando voltar o futebol vai pedir música nos gols.
Antes a imprensa antes, a Rede Globo, o crucificavam e, hoje esse mesmo Sérgio Moro é o queridinho da Globo e da imprensa que se opõem a Bolsonaro. Há algo de podre no reino da Dinamarca!
Mas, quem mudou? A imprensa, Bolsonaro ou Sérgio Moro? Nenhum. A imprensa brasileira, com raras exceções, continua composta por um bando de filhos-da-puta, antidemocráticos e oportunistas. Bolsonaro, continua o mesmo da Campanha, para desespero de seus detratores. O tal vídeo mostrou isto. E Moro? Moro mostrou seu despreparo e falta de caráter. Ou, pelo menos, uma ingenuidade política descomunal.
Está, ele Moro, usando ou sendo usado pela mídia? Tanto faz comportam-se como parasitas da sociedade e da boa vontade dos brasileiros. Mas acho que Moro será triturado pela grande mídia e depois cuspido fora. Me decepcionei com Moro? Sim, porque esperava muito mais dele. O que acho que aconteceu? Lhes digo, uma sucessão de erros.
 O que ocorreu desde o princípio foi um grande emaranhado de expectativas erradas. Quem votou em Bolsonaro na grande maioria gostava de Moro e ficou feliz quando Bolsonaro, bravateiro, disse que o convidaria para Ministro. Acredito que Bolsonaro convidou-o exatamente como uma bravata, achando que Moro seria inteligente o suficiente de não aceitar. Que aguardaria sua nomeação para o STF.
 Mas Moro, provavelmente, já se sentia tolhido, sem mais ter para onde crescer na Justiça Federal e aceitou Ministério. Embora não quisesse a segurança pública, queria apenas a vitrine da justiça, acabou levando os dois. Deu sequência a um bom trabalho começado por Alexandre de Moraes.
Mas Moro estava deslocado, não concordava com as pautas de Governo. Lembrando que estas pautas foram promessas de campanha de Bolsonaro, ele sabia para onde ia o trem quando embarcou. E aprendeu política nas mais pura essência, pelo método Brasília, levando rasteiras.
O vídeo mostra a indignação com a cobrança, devida e justa que levou. Ficou magoado? Pede para sair ou vai a merda.
O STF já tinha subido no telhado e, hoje, afirmo, que bom para o Brasil. Por quê? Porque Moro foi um Juiz rígido, duro com o crime e assim seria ou será no STF. Mas é também afeito ao ativismo judicial. O que é extremamente prejudicial para o Brasil. Moro se aproxima do Ministro Barroso, na rigidez e no ativismo. E, hoje, ativismo judicial é o que menos precisamos. Basta vero que o STF vem fazendo, legislando e administrando sem voto e sem ter de prestar contas a ninguém.
De resto tudo que Moro falou e apresentou, mostrou apenas alguém ressentido e com aspirações políticas imensas e um ego e vaidade maiores ainda. Por mais honesto que seja não precisamos de um boçal egocêntrico no Palácio do Planalto, ou como queira, não precisamos de mais um. Mas Moro ao alinhar-se com aqueles que o detrataram. Ao cuspir naqueles que o ajudaram. Ao expor pessoas de sua intimidade, como a Deputada Bia Kicks. E, principalmente ao comprometer o Governo com acusações pífias e que não se comprovaram, só mostrou uma face do seu caráter que definitivamente não me agrada.
Para finalizar, acho que Moro apostou que o PGR, Aras, iria arquivar o caso, sem investigar, para ajudar Bolsonaro e manter a estabilidade na crise. Por isso falou o que falou, ficaria palavra contra palavra, e que cada um imaginasse o que quisesse no tal vídeo que citou. Mas o PGR entendeu por bem mostrar a verdade e foi a fundo. E, o Decano ao, desesperadamente, tentar criar um caso, liberou o vídeo. Bom aí está, basta assistir, clareza meridiana.
Bolsonaro é o que é. Sem máscaras, no público e no privado. E Moro ficou só na retórica, sem provas e ou comprovações do disse. Ou era um juizinho de merda, que não sabia o que eram provas robustas ou é apenas mais um mentiroso oportunistas.
Por isso vou repetir o que muitos já disseram, ao final de tudo, ao fim e ao cabo, a montanha pariu um mísero rato. Um rato miserável que juntou-se a rataria fétida que empesta os poderes em Brasília e, que atualmente tem mostrado a cara no Tribunal.