sexta-feira, 7 de maio de 2021

Emergindo...

 


 

Emerjo...!

Obviamente, após estar submerso e imerso. Explico, estive submerso ante toda esta bagunça que assola nosso país: pandemia, vírus, o STF e os seus Supremos, decisões inconstitucionais, Constituição rasgada, fim da tripartição dos poderes, a CPI da palhaçada, quero dizer da COVID e, tudo o que vem ocorrendo, cotidianamente, no Brasil. 

Sinceramente, lhes digo que não aguento mais a demagogia de nossos políticos, a hipocrisia de nossos artistas, as mentiras de nossos jornalistas e tão pouco aguento os desmandos do nosso judiciário.

Parece-me chegada a hora do basta e, como ainda não é possível dar este basta, submergi. Submergi em meus pensamentos, em minhas reflexões e em minhas indignações.

 Também estive imerso, que é diferente, portanto, explico. Imerso no trabalho, nas muitas aulas que tenho que dar, nos alunos a orientar, no preparo das atividades de pesquisa e extensão, no atendimento às diversas comissões que faço parte. Nunca parei de trabalhar na pandemia. Aliás, creio que trabalhei muito mais do que já trabalhava e, muito me indigna a atitude de colegas, servidores públicos, que nada fazem, nada fizeram e ainda reclamam de tudo.

Outro motivo de minha imersão é que estava concluindo o curso de bacharelado em direito, minha quinta graduação.  Como professor incorporei a ideia do mestre como eterno aprendiz. Nunca parei de estudar e, quando concluo uma graduação ou uma pós-graduação, inicio logo outra.

O objetivo não é qualificação profissional, ganho financeiro ou qualquer coisa que o valha, o objetivo único é satisfação pessoal. É óbvio que isto melhora a qualidade do meu trabalho.

Pois, emerjo ao concluir a faculdade de direito no dia de hoje, com a notícia estampada na mídia, que a Universidade onde estudara, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) tomou uma decisão hipócrita.

Criou uma cota de acesso aos cursos de pós-graduação Strictu Sensu para gays lésbicas e outros seres do tipo.

Não é preconceito não, mas isso é um escárnio!

E, antes que os piadistas de plantão venham dizer que isso só podia acontecer na universidade de Pelotas ou de Campinas, lhes digo que não é o momento de brincar. O que aconteceu é algo sério e, demonstra a degradação do pensamento dentro das universidades.

Principalmente pelas declarações que acompanharam a decisão unânime do conselho superior da universidade. Segundo a Revista Oeste “Ainda segundo a UFpel, a ideia é que haja mais professores desse público de modo que, no futuro, os alunos tenham em quem se espelhar”.

Se espelhar? Se espelhar, sic, não é para cultuar a diversidade, não é para combater preconceitos. É para servir de exemplo, então o que eu entendo, em bom português, é que a Universidade quer mostrar para os alunos e o mundo que o todos devem ser gays, lésbicas e militantes.

Ora, convenhamos, as universidades em geral e, as universidades públicas mais ainda, tem dentro de seus quadros, número percentual de gays, lésbicas e simpatizantes, muito superior, mas muito superior mesmo, a representatividade destes grupos na sociedade. E, ainda agora, assim buscam criar cota de acesso na pós-graduação.

Temos cotas de acesso, por uma questão legal, para negros, índios e pardos. Não temos conta de acesso para pobres. Agora temos cota de acesso, na UFPel para gays, lésbicas etc.

 Rezo, é o que me resta, para que Deus ilumine a justiça e, que os tribunais superiores não permitiram isto. Estes mesmo tribunais, anos atrás, não permitiram que se estendessem as cotas raciais da graduação para a pós-graduação, que mantenham o entendimento.

Me sinto é triste, mas em plenas condições de debater o que aconteceu e, sim, expressar minha indignação como cidadão, como pagador de impostos e como professor. Principalmente porque a UFPel é minha Alma Mater.

Nela fiz 3 das minhas 5 graduações, fiz meu doutorado. E, fui professor da UFPel por quase de 20 anos, onde ocupei cargos de diretor de campus, de faculdade, pró reitor, presidente de fundação de apoio, assessor do reitor. Participei de todos os conselhos da Universidade então, sei do que estou falando.

 E digo mais, tivemos reitores gays, assumidos e, jamais passou pela cabeça destes propor algo assim. Aliás um deles, quando as discussões se acaloravam por uma bobagem nos dizia, vamos parar com a frescura e com a viadagem estamos trabalhando.

 E, agora isto!???

Vai virar moda, o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, onde hoje eu labuto tramita no conselho superior, com grandes chances de aprovação a proposta de reserva de cotas pós-graduação Lato e Stricto Sensu, para servidores da IES.

Reserva de vaga, pura e simples. Você imagina o servidor público, o professor funcionário do próprio Instituto usando a cota (pois não é competente para passar na seleção comum) para ser orientado do colega da sala ao lado. E, pior que isso, ingressa no pós e pede afastamento com o salário integral por até 5 anos.

 Para cursar algum curso na sala do lado da dele.

Foi isto que fez com que eu despertasse para manifestar minha preocupação. As universidades no mundo todo cedendo aos chamados canceladores e, a este pensamento reformista. Tenham certeza de que esta Universidade caminha a passos largos para se tornar obsoleta.

 E, a universidade brasileira, especialmente a universidade pública brasileira, já se tornou obsoleta. Hoje é apenas um sumidouro de dinheiro. Talvez nós, professores universitários devamos refletir sobre o que estamos legando para esse país.

 E, sobre a importância que o país dá para nós. Garanto que veremos que é cada vez menor. Estamos jogando a pá de cal uma universidade brasileira. Lamento dizer isto, cada vez mais me convenço que o único caminho para educação brasileira é a privatização da universidade pública.

Após esta minha pequena manifestação de repúdio, encerro aqui minha fala e volto a submergir.

Só que agora de vergonha...!

 

 

Em tempo:

Minhas sinceras condolências aos familiares e amigos das três inocentes crianças e das duas jovens professoras, mortas em Santa Catarina. Que Deus acolha suas almas. E, que castigue aqueles que estão fazendo palanque político desta tragédia.  Quisera eu poder viver num país, onde o assassino responsável por esse massacre, fosse pendurado pelo pescoço em uma árvore, em praça pública, até a morte. Não só como punição, mas para servir de exemplo a outros assassinos.

Também aqui registro minhas condolências aos familiares do policial morto em Jacarezinho e, a eventuais vítimas inocentes, que tenham sucumbido ante as milícias de traficantes, que tomaram conta dos morros do Rio, com a devida vênia dos nossos Supremos

 Quanto aos bandidos mortos, lamento. Perdoem minha insensibilidade, mas que queimem no inferno.