sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Coerência de Esquerda ou devolva o dinheiro Nassar




Esperar coerência ou pensamento lógico de um militante de qualquer pelagem partidária é esperar por um milagre. Tratando-se da militância de esquerda é mais fácil ‘a montanha levantar-se e andar até o Maomé’. Gritos, xingamentos e palavras de ordem são seu métier, não lógica e tampouco coerência.
Por isso não me surpreendeu a atitude do escritor Raduan Nassar ao receber o prêmio Camões hoje. Gritou e vociferou as palavras de ordem de sempre. ‘denunciou o Golpe' (ainda esta cantilena), foi grosseiro, desrespeitou a audiência e aqueles que ali estavam para homenageá-lo. Constrangeu autoridades e principalmente aos portugueses que participam junto ao Brasil das homenagens do prêmio Camões.
E pior ainda foi aplaudido por meia dúzia de ‘militontos’ e idiotas úteis, quiçá alguns estavam ali a soldo, não saberemos.
Nassar é autor de uma obra perfeitamente dispensável, talvez até inútil, concentrada nas reedições de duas obras chave: Lavoura arcaica e Um copo de cólera. Me desculpem aqueles que as apreciam, gosto é gosto! Mas em minha opinião não fazem nenhuma diferença no acervo cultural do país, quanto mais poderiam tornar seu autor digno de uma premiação do quilate do Prêmio Camões. 
Mas o fizeram!
E o autor mostrou na premiação toda sua ‘zintelectualidade’, finesse e trato fino. Demonstrou-se indigno da distinção que lhe foi conferida. Mas, convenhamos, muitas vezes (ou melhor na maioria das vezes) estas premiações destinam-se a ideologia não ao talento.
Se fossem destinadas ao talento teríamos no nosso Editor da Gazeta Besta Fubana, o Mestre Berto, um candidato, em minha opinião, digno do Prêmio Camões. Infelizmente ainda não atingimos este grau de maturidade intelectual. Só resta-nos lastimar.
Mas o que fez o herói? Aceitou o Prêmio, vociferou contra o que considera golpe e atacou aqueles que estavam ali lhe concedendo a distinção. E pior, ficou com o cheque que acompanha o prêmio, algo em torno de R$ 300.000,00. Isso mesmo R$ 300.000,00. 
Ai reside a ‘coerência’ da esquerda. Xinga quem lhe elogia, classifica como ilegítimo. Mas do dinheiro, ah o tal do dinheiro, deste não abre mão.
Se o Governo que concede a honraria é um usurpador, é ilegítimo como acusa Raduan Nassar, a honraria concedida por óbvio também é ilegítima. Então porque aceitá-la? Bastava recusar. Aí estaria sendo coerente.
Mas se não aceitasse o prêmio não receberia o dinheiro. Bom dane-se a coerência! 
Se o concedente é ilegítimo o prêmio também o é, ou não? 
Na minha opinião o prêmio é legítimo pois foi concedido por quem de direito o Governo brasileiro. Talvez, apenas talvez, o premiado não o mereça.
Isto não importou ao nosso escriba. Quis apenas o palco, para vociferar seu mantra e destilar seu veneno e o dinheiro óbvio.
Mas nosso escriba rebelde recebeu a resposta a altura pois encontrou do outro lado o Ministro da Cultura Roberto Freire. Homem público, político e intelectual de forte base moral e acadêmica. 
Respondeu de bate-pronto e a altura. Como deveriam responder todos os políticos, sem tergiversar. Somente um homem público na acepção plena da palavra, sem rabo-preso pode dar uma resposta a altura desta sucia.
O Ministro questionou do porque o autor não abriu mão do prêmio. Respondeu a Marilena Chauí, sempre ela, que vociferou que ‘o silêncio é precioso”.
Logo ela que nunca usou de seu conselho e bruxuleia pelas academias brasileiras vomitando veneno e dizendo bobagens. Recebeu a resposta que merecia, ou seja, ouviu que só dizia aquilo por ser de ‘classe média’, algo que pode não lhe afetar nobre leitor. Mas lembre-se La Chauí é aquela senhora que odeia a classe média. Desta forma foi enquadrada no seu próprio veneno.
A resposta do Ministro é digna de elogios e registramos a nota oficial do Ministério da Cultura: “O Ministério da Cultura (MinC) lamenta, mais uma vez, a prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos e organizar ataques para tentar desestabilizar o processo democrático”. Finalmente alguém com coragem de dar nome aos bois.
Falou bem, o que nos alenta, pois ainda podemos ter a esperança ao  encontrar homens públicos com gabarito e moral para contestar esta corja.
Mas por que a militância e ‘militontância’ petista e da esquerda em geral anda botando as garrinhas para fora?
Primeiro porque tem aparecido e, bastante, a gabirutagem dos seus sócios, geralmente em vazamentos seletivos. O segredo nas delações da Odebretch e o velório-palanque deram um alivio ao ninefingers
E por último a tal pesquisa que mostra o gabiru-mor na frente da corrida eleitoral. Pesquisa esta encomendada sob medida para isto. Foram ouvidas apenas 2002 pessoas em todo o Brasil, provavelmente a grande maioria na entrada do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante o comício-velório.
E mais a pesquisa foi encomendada por uma Confederação Sindical, que é Presidida por um gabiru de larga experiência, Clésio Andrade, nomeado para o Cargo por Dilma Roussef. Captaram a mensagem? Este senhor é amigo pessoal de Marcos Valério, o careca do mensalão. E tem um rol de acusações digno de menção honrosa, com passagens em rolos do mensalão (PT), mensalão mineiro (PSDB) e rolos no sistema SEST/SENAT.
O que nos mostra o grau de confiabilidade da dita ‘pesquisa’. Vocês não acham? É mas a dita cuja deixou a Ptzada mais ouriçada que guri no carnaval.
Mas voltando a vaca fria, vamos falar do nosso ‘escriba’ Raduan Nassar. 
Senhor escritor respeitamos sua opinião, respeitamos sua obra, embora cabe-nos por honestidade intelectual, destacar que nos parece irrelevante e dispensável. Mas respeitamos a opinião daqueles que a admiram e a entendem como relevante e necessária. 
Portanto até compreendemos e aceitamos (embora não concordemos – coisas da democracia) com a premiação que lhe foi atribuída.
Mas cremos, veementemente que o senhor deva ser coerente em seus atos. Se não entende por legitimo aquele que o distingue, não aceite o prêmio, mesmo que merecido. E principalmente não aceite o dinheiro. 
Dinheiro tão necessário à nós infames capitalistas, mas que para intelectuais de esquerda, como o Senhor, é apenas um vil instrumento de dominação das elites. 
Esquerdistas, no discurso ao menos, não coadunam com a escravidão e subserviência ao vil metal.
O que são trezentos mil reais se tivermos que submetermos à golpistas ilegítimos. Para mim dinheiro nenhum paga ou compra minha alma e minhas convicções. E para o Senhor? Parece-nos que paga!

Portanto Senhor Raduan Nassar, POR ÉTICA E POR COERÊNCIA devolva o dinheiro e o prêmio!

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