Esperar coerência ou pensamento
lógico de um militante de qualquer pelagem partidária é esperar por um milagre.
Tratando-se da militância de esquerda é mais fácil ‘a montanha levantar-se e
andar até o Maomé’. Gritos, xingamentos e palavras de ordem são seu métier, não lógica e tampouco coerência.
Por isso não me surpreendeu a atitude
do escritor Raduan Nassar ao receber o prêmio Camões hoje. Gritou e vociferou
as palavras de ordem de sempre. ‘denunciou o Golpe' (ainda esta cantilena), foi
grosseiro, desrespeitou a audiência e aqueles que ali estavam para
homenageá-lo. Constrangeu autoridades e principalmente aos portugueses que
participam junto ao Brasil das homenagens do prêmio Camões.
E pior ainda foi aplaudido por
meia dúzia de ‘militontos’ e idiotas úteis, quiçá alguns estavam ali a soldo,
não saberemos.
Nassar é autor de uma obra
perfeitamente dispensável, talvez até inútil, concentrada nas reedições de duas
obras chave: Lavoura arcaica e Um copo de cólera. Me desculpem aqueles que as
apreciam, gosto é gosto! Mas em minha opinião não fazem nenhuma diferença no
acervo cultural do país, quanto mais poderiam tornar seu autor digno de uma
premiação do quilate do Prêmio Camões.
Mas o fizeram!
E o autor mostrou na premiação
toda sua ‘zintelectualidade’, finesse
e trato fino. Demonstrou-se indigno da distinção que lhe foi conferida. Mas, convenhamos, muitas vezes (ou melhor
na maioria das vezes) estas premiações destinam-se a ideologia não ao talento.
Se fossem destinadas ao talento
teríamos no nosso Editor da Gazeta Besta Fubana, o Mestre Berto, um candidato,
em minha opinião, digno do Prêmio Camões. Infelizmente ainda não atingimos este
grau de maturidade intelectual. Só resta-nos lastimar.
Mas o que fez o herói? Aceitou o
Prêmio, vociferou contra o que considera golpe e atacou aqueles que estavam ali
lhe concedendo a distinção. E pior, ficou com o cheque que acompanha o prêmio,
algo em torno de R$ 300.000,00. Isso mesmo R$ 300.000,00.
Ai reside a ‘coerência’ da
esquerda. Xinga quem lhe elogia, classifica como ilegítimo. Mas do dinheiro,
ah o tal do dinheiro, deste não abre mão.
Se o Governo que concede a honraria
é um usurpador, é ilegítimo como acusa Raduan Nassar, a honraria concedida por
óbvio também é ilegítima. Então porque aceitá-la? Bastava recusar. Aí estaria
sendo coerente.
Mas se não aceitasse o prêmio não
receberia o dinheiro. Bom dane-se a coerência!
Se o concedente é ilegítimo o
prêmio também o é, ou não?
Na minha opinião o prêmio é legítimo pois foi
concedido por quem de direito o Governo brasileiro. Talvez, apenas talvez, o premiado
não o mereça.
Isto não importou ao nosso
escriba. Quis apenas o palco, para vociferar seu mantra e destilar seu veneno e
o dinheiro óbvio.
Mas nosso escriba rebelde recebeu
a resposta a altura pois encontrou do outro lado o Ministro da Cultura Roberto
Freire. Homem público, político e intelectual de forte base moral e acadêmica.
Respondeu
de bate-pronto e a altura. Como deveriam responder todos os políticos, sem tergiversar. Somente um homem público na acepção plena da palavra, sem
rabo-preso pode dar uma resposta a altura desta sucia.
O Ministro questionou do porque o
autor não abriu mão do prêmio. Respondeu a Marilena Chauí, sempre ela, que vociferou que ‘o silêncio é precioso”.
Logo ela que nunca usou de seu
conselho e bruxuleia pelas academias brasileiras vomitando veneno e dizendo bobagens. Recebeu a resposta que merecia, ou seja, ouviu que só dizia aquilo
por ser de ‘classe média’, algo que pode não lhe afetar nobre leitor. Mas
lembre-se La Chauí é aquela senhora
que odeia a classe média. Desta forma
foi enquadrada no seu próprio veneno.
A resposta do Ministro é digna de
elogios e registramos a nota oficial do Ministério da Cultura: “O Ministério da Cultura (MinC) lamenta, mais uma vez,
a prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos e organizar
ataques para tentar desestabilizar o processo democrático”. Finalmente alguém com coragem de dar nome aos bois.
Falou bem, o
que nos alenta, pois ainda podemos ter a esperança ao encontrar homens
públicos com gabarito e moral para contestar esta corja.
Mas por que a
militância e ‘militontância’ petista e da esquerda em geral anda botando as
garrinhas para fora?
Primeiro porque tem aparecido e, bastante, a gabirutagem dos
seus sócios, geralmente em vazamentos seletivos. O segredo nas delações da
Odebretch e o velório-palanque deram um alivio ao ninefingers.
E por último a tal pesquisa que mostra o gabiru-mor na
frente da corrida eleitoral. Pesquisa esta encomendada sob medida para isto.
Foram ouvidas apenas 2002 pessoas em todo o Brasil, provavelmente a grande maioria na
entrada do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante o comício-velório.
E mais a
pesquisa foi encomendada por uma Confederação Sindical, que é Presidida por um
gabiru de larga experiência, Clésio Andrade, nomeado para o Cargo por Dilma
Roussef. Captaram a mensagem? Este senhor é amigo pessoal de Marcos Valério, o
careca do mensalão. E tem um rol de acusações digno de menção honrosa, com
passagens em rolos do mensalão (PT), mensalão mineiro (PSDB) e rolos no sistema
SEST/SENAT.
O que nos mostra
o grau de confiabilidade da dita ‘pesquisa’. Vocês não acham? É mas a dita cuja
deixou a Ptzada mais ouriçada que guri no carnaval.
Mas voltando a
vaca fria, vamos falar do nosso ‘escriba’ Raduan Nassar.
Senhor escritor
respeitamos sua opinião, respeitamos sua obra, embora cabe-nos por honestidade
intelectual, destacar que nos parece irrelevante e dispensável. Mas respeitamos
a opinião daqueles que a admiram e a entendem como relevante e necessária.
Portanto até compreendemos e aceitamos (embora não concordemos – coisas da
democracia) com a premiação que lhe foi atribuída.
Mas cremos,
veementemente que o senhor deva ser coerente em seus atos. Se não entende por
legitimo aquele que o distingue, não aceite o prêmio, mesmo que merecido. E
principalmente não aceite o dinheiro.
Dinheiro tão necessário à nós infames
capitalistas, mas que para intelectuais de esquerda, como o Senhor, é apenas um
vil instrumento de dominação das elites.
Esquerdistas, no discurso ao menos,
não coadunam com a escravidão e subserviência ao vil metal.
O que são
trezentos mil reais se tivermos que submetermos à golpistas ilegítimos. Para
mim dinheiro nenhum paga ou compra minha alma e minhas convicções. E para o
Senhor? Parece-nos que paga!
Portanto Senhor
Raduan Nassar, POR ÉTICA E POR COERÊNCIA
devolva o dinheiro e o prêmio!
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