Confissões
Confesso
que não sou um “carnavalesco’ no sentido amplo da palavra. Como já contei meu
pé direito é canhoto o que dificulta sambar. Tenho a cintura quadrada e a ginga
do robocop. Ou seja, atributos é o
que mais faltam à este folião.
Mas
esta invasão dos chatos do politicamente correto querendo pautar o carnaval e
transformá-lo no espetáculo triste e enfadonho que estas malas idolatram me fez voltar à Folia de Momo. Estas
malas com sua chatice de galochas tiveram a ousadia de querer censurar
marchinhas de carnaval antigas. Haja saco!
É
tanta bobagem que daria para escrever outro Samba do Crioulo Doido com as
paranoias politicamente corretas.
Então
confesso que resolvi fazer a folia no reinado de Momo só para contrariar estas
malas. Fiz ‘a festa’, o mais politicamente incorreto possível.
É
confesso que sou birrento, mas esta gentalha tira qualquer um do sério.
Viajamos
para casa de minha sogra e juntamos a família toda. Os homens (eu e meus
cunhados) fizemos um ‘bloco’ a parte enquanto a família toda, especialmente as
crianças, curtiam a piscina, a rua e o clube.
Enchi
a cara, bebi como um condenado, cerveja, caipirinha e vinho, afinal se eu
trabalho todos os dias meu figado não pode ter folga. Não dirigi, não sou
assassino, minha patroa e a mãe dela dirigiram.
Mas nós bebemos, fumamos
charutos, dançamos, bebemos de novo. Comemos muito churrasco, carne de rês,
ovelha, porco e galinha. Carne suficiente para não poder ser considerado
vegetariano nunca mais. Exagero? E daí.
Pagamos
com o dinheiro suado, fruto de nosso trabalho.
Cantamos
todas as marchinhas censuradas e outras mais, ensinamos as marchinhas para as
crianças.
Contamos piadas de veado, de sapatão, de velha, de puta, de
português, de japonês e de negrão (estas contadas teatralmente por meu cunhado
que é, pasmem, negro).
Tudo
dentro de um ambiente familiar, alegre e divertido como deve ser a convivência
em família. Um ambiente SAUDÁVEL, sem os conflitos e pudores do politicamente
correto.
Bebemos
de novo. Cantamos de novo. Futebol no barro, balão de couro e o couro do tambor
bem esticado para desespero dos veganos.
Saímos
em bloco vestidos de mulher ou quase. Afinal uma bailarina careca, gorda,
barbuda, de tutu rosa, com quase dois metros de altura e peluda como um urso não
é algo muito feminino. Mas valeu a diversão afinal sou pelotense e os
pelotenses não são gaúchos são gay-uchos ,então acho que damos prá coisa.
E
para encerrar comemos, após a folia, muita carne
mijada, crua como manda o figurino. Afinal de pois de ferver com a patroa o clima aquece e então...
Este
mergulho momástico me fez recordar os carnavais da juventude. Onde eu e meus amigos
mergulhávamos na nobre arte de brincar de canibal...de humanos do sexo feminino, ressalto.
Ou seja, o carnaval era nosso playground
onde íamos felizes ‘comer gente’. Sempre gente nascida e crescida no sexo
feminino. Nada contra, mas nenhum de nós é de viadagens.
Bom
e a turma do politicamente correto onde está? Em casa enchendo o saco dos
parentes. Nas ruas torrando todo mundo. Nos blocos ‘politicamente corretos’
sambando fininho com passo de quem não quer peidar. Problema deles!
Nós
devemos nos divertir, a vida já é muito amarga e dura cotidianamente, chega de
chatice.
É
chegada a hora de peitarmos estes chatos e mandá-los tomar no cú ao invés de
ficarem inventando moda. Vamos chutar a bunda do politicamente correto.
Exagero?
Pode ser mas é o que farei a partir de agora.
Exagero nas minhas confissões?
Sei lá. Carnaval é folia e fantasia. O que importa é se divertir e ser
politicamente incorreto, como o próprio Carnaval.
Ei! E
você ai? Ei! O que tem para confessar?
Um
protesto.
Ao voltar
à terrinha descubro nos jornais que servidores do Instituto Federal
Sul-rio-grandense fizeram um bloco de Carnaval e usaram o espaço para protestar
contra o golpe. Até ai tudo bem, o país é livre.
Mas
pelas entrevistas e reportagens trata-se de um projeto de extensão financiado
com dinheiro público. Ai não! Ai é crime!
Usar
dinheiro público para financiar projetos de carnaval em uma Instituição pública
que não tem cursos na área cultural (têm cursos técnicos, tecnológicos e
engenharias) já é uma aberração. Mas podem até tentar explicar por vias
tortuosas, como investimento em cultura, mas haja cara-de-pau.
Agora
se usaram dinheiro público para faixas e camisetas- e as reportagens dão isto a
entender- ai o buraco é mais embaixo.
E, mesmo usar o nome de uma Instituição
Pública para acusar o Governo Legítimo de Golpista é escarrar no Estado de
Direito.
Cabe
aos Gestores do IFSul virem a público esclarecer isto, sob pena de enlamear mais
o nome de uma Instituição, outrora exemplar.
E cabe ao MPF e ao MEC apurarem a fundo se
houve ou não aporte de dinheiro público e se houve desvios de conduta ao usar a
Instituição Pública que é de todos os brasileiros (favoráveis ou não ao
impixamento daquela senhora) para manifestações político-partidárias.
Vindo
de quem vem, ou seja, da turma vermelho-estrelada, nada duvido. Eles não
aprendem!
Por
favor que se apure e esclareça. Já! Na quarta-feira de cinzas!
Mãos a obra MPF
e MEC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários aqui postados só serão publicados após a moderação. Não serão admitidas propagandas político-partidárias, links e ofensas pessoais e/ou coletivas.