terça-feira, 28 de julho de 2020

Leituras





Sempre fui um leitor compulsivo. O mundo do livro me encanta, me faz sonhar e viajar. Leio qualquer coisa, poesia em parede de banheiro, jornal velho, bula de remédio, mas os livros...Ah! Os livros são meu xodó.
Tempos modernos e as demandas diárias do trabalho fazem com que tenha de ler cada vez mais na tela de computadores, tablets e celulares. Coisa mais sem graça e já está afetando minha visão ou será a idade? Talvez ambos.
Mas a necessária ‘leitura eletrônica’, cada dia mais comum não substitui um bom livro.
Gosto de livros, coleciono livros, ouso dizer que sou um bibliófilo, possuir livros me ‘da um prazer quase inigualável, só superado pelo prazer de possuir uma linda mulher (quando jovem e solteiro, registre-se e ressalte-se. Sempre é bom frisar isto, vá que a patroa resolva ler esta coluna).
Tenho muitos livros e ainda assim acho poucos. Mas paixão é isto, é inexplicável. Tão inexplicável e inebriante como o cheiro e o farfalhar das páginas de um livro novinho em folha.
Este som e cheiro só podem ser comparados em minhas memórias ao cheiro forte da saudade que emana junto ao som úmido das folhas de um velho e usado livro, com suas páginas repletas de ideias e ideais.
Livros são companheiros de jornada, de viagens e de aventura e um ótimo antídoto contra chatos, burros, medíocres e esquerdistas em geral.
Ler nos permite conhecer mundos, é alimento a alma, é a liberdade do espírito. Lei, como disse de tudo, sou rato de livrarias, visitante frequente e costumaz de feiras de livros. Não raro viajo para visitar cidades durante feiras de livros e aproveito para conhece-las ou revê-las (as cidades em questão, já que o motivo da viagem são os livros).
Mas de tudo que leio tenho preferências: história das religiões, mitologia, filosofia medieval, literatura sobre comida e viagens, literatura escoteira e, para relaxar a mente, gosto de literatura infanto-juvenil e de besteirol. Coisas para ler sem compromisso, tipo Harry Potter e os livros (excelentes, por sinal) de Rick Riordan.
Só jogar conversa fora, beber vinhos e viajar superam minha tara por livros (tirei mulheres da lista, pois estas representam um vício incurável. Espero sinceramente que a patroa não leia este livro. Mas tenha certeza amor, estou bem comportadinho).
Mas veio este desgraçado deste vírus chinês. Desculpem! Esqueci que não pode dizer que um vírus que veio da China Comunista, provavelmente fruto de uma cagada da ditadura comunista do país. Não pode ser chamado de vírus chinês, muito menos de vírus comunista (em defesa do vírus, já observamos que a letalidade do COVID é muito menor do que a letalidade dos regimes comunistas). Mas veio o vírus comunista chinês, a tal da besteira do lockdown e, pronto eu em casa sem ter muito para fazer e sem ter o que ler (minha memória fotográfica já foi melhor, mas ainda consigo recordar quase tudo que leio, o que torna as vezes entediante uma releitura). 
Fiquei sem novos companheiros de jornada porque não há novas edições a disposição, não vem às livrarias novos livros. Não encontro nada interessante que não tenha lido, nem em português, nem em inglês, espanhol ou, até em francês ou italiano, idiomas que me aventuro a ler. Sei estou ficando um chato de galochas. Mas parte é depressão destes tempos idiotizados que vivemos.
Mas eis que, do nordeste do Brasil, do bagaço surge uma salvação e hoje, dia frio, modorrento de inverno aqui no sul. Dia em que convalesço em casa, acometido de cólicas renais, a dois dias. Chegam para meu júbilo duas encomendas. Uma que fiz na Editora Bagaço buscando conhecer a obra de nosso Mestre Berto. E, outra oriunda dele mesmo o Mestre Berto me presenteando com sua obra autografada. Tenha certeza que terá lugar de honra em minha humilde biblioteca meu irmão.
Berto quem presenteia livros, dá ao presenteado, parte de sua alma e de seu coração. Ainda mais quando presenteias uma obra original e genial como a tua.
Muito Obrigado mesmo! De coração. Espero um dia poder retribuir-te com algo de minha humilde lavra.
Anexo uma foto do avô babão, de pijamas, na frente da lareira, recuperando-se das malditas pedras expelidas, com meu neto e os livros chegados 21 dias após sua postagem (sinal de que as distâncias no Brasil são grandes e a incompetência dos Correios também).
Agora vou ter o que ler. A quarentena parecerá mais leve.
Obrigado!


PS: Da alegria da chegada dos livros à uma última homenagem. Fiquei sabendo agora do passamento do Dr. Carlos Prentice. Peruano, Professor, Cientista e Engenheiro foi meu orientador de mestrado e, mais que um orientador fui um grande amigo, conselheiro fiel, dono de uma conversa inteligente e de uma alma contagiante, um Grande Mestre na acepção da palavra. Descanse em paz Irmão, que o Grande Arquiteto te ilumine e acolha na sua Oficina.

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