Para
encerrar, ou não, estas crônicas sobre futebol não poderia deixar de manifestar
o meu orgulho de torcer pelo Lobo azul e amarelo de Pelotas. Para quem não sabe
em Pelotas-RS temos um time tradicional, dentre os mais antigos do Brasil e que
tem o Estádio mais antigo em funcionamento (já foi reformado, mas continua no
mesmo lugar e preservou o pórtico) do Brasil, aberto desde 1908, o Estádio da
Boca do Lobo.
Este Clube é
o meu Pelotas, orgulho azul e ouro. Os simplistas de Porto Alegre dizem que o
Rio Grande do Sul é um GreNal, ou Grêmio ou Inter, mentira! No interior em
Bagé, Rio Grande e especialmente em Pelotas sobrevive o sentimento ardoroso
pelos Clubes locais. Especialmente em Pelotas torcemos pelo Pelotas ou pelo Brasil
de Pelotas (Argh!!!). Mas é admirável. Torço com todas as minhas forças contra
Grêmio e Inter, acho que eles destroem o resto do futebol gaúcho.
Meu Lobo (o
apelido e mascote do time) áureo-cerúleo (alusão as cores do time: amrelo ouro
e azul céu) , ora no meur coração é muito mais que estes bostas da capital. E é
nestes times do interior que resiste o verdadeiro futebol do Brasil.
Longe dos
holofotes e dos tapetões dos grandes campeonatos brasileiros existem centenas
de pequenos clubes que empregam milhares de pessoas, de pais de família que
tiram seus sustento da arte da bola. Sem roupas estravagantes, sem cabelos
ridículos, homens e mulheres que trabalham duro, fazem jornada dupla, tem dois
empregos eplo amor ao futebol.
É nestes
times médios e pequenos que sobrevivem os boleiros do Brasil. É neles que
aparece a função social do futebol, onde nas escolinhas humildes, meninos que
sonham com o glamour dos campos dedicam-se ao esporte, aos estudos e acabam
afastando-se das drogas e da criminalidade. É a ‘indústria’ do futebol dos
pequenos e médios clubes, que se faz a verdadeira paixão brasileira, que
passam, nascem e viscejam os sonhos e esperanças de milhares de meninos, homens
e famílias pelo Brasil.
Não é o
futebol dos grandes clubes, da seleção e das festas que representa o Brasil. O
nosso futebol é feito na várzea, no campinho, na segunda e terceira divisão. No
moleque que dribla alegre e no homem que treina e joga no turno inverso de
outro emprego para conseguir viver e se sustentar. Este é o futebol brasileiro.
Por isso
torço, apenas por um time médio, meu Pelotas. Além da tradição e de uma torcida
fanática, ali, na Boca do Lobo tenho minha casa, ao lado de minha casa (me
mudei para perto estádio, de forma involuntária, mas mudei) e de passar este
amor para meu filho.
O Esporte
Clube Pelotas têm uma história centenário com vitórias e derrotas e histórias e
estórias maravilhosas, muitas das quais vivi. Faz alguns anos estavamos na Divisão
de Acesso do Campeonato Gaúcho e este ano fomos Campeões da Divisão de Acesso
do Gauchão e ano que vem voltaremos a eleite do futebol gaúcho. Mas mesmo na
divisão de acesso, por anos, mantivemos um público médio, no estádio,
semelhante à Grêmio e Inter.
Uma história
interessate sobre o Pelotas é a seguinte, quando a Seleção brasileira perdeu a
Copa de 1950, no Maracanã, ocorreu ‘o silêncio mais ensurdecedor’, segundo
Nelson Rodrigues, o Brasil jogou de branco, como havia jogado nas Copas até
então.
Após a
derrota foi feito um concurso nacional para um novo uniforme da seleção. O ganhador
foi o professor Aldir Schlee, gaúcho de Jaguarão, que fez sua vida em Pelotas.
Ele sempre disse que não se baseou em nenhum uniforme de clube ao criar a
camisa canarinho, ganhadora de 5 títulos mundiais. Que teve leve inspiração na
Camisa do Fiatextil, clube já extinto de Pelotas. Mas convenhamos o E.C.
Pelotas sempre jogou com seu uniforme principal, desde 1908, meias brancas, calção
azul e camisas amarelas.
Será que não
rolou uma inspriação. Nã sei! Mas está é a história da camisa amarelinha,
pentacampeão mundial e da camisa aureo-cerúlea que tanto me orgulha.
Como diz
nosso Hino: “Orgulho-me de ser áureo-cerúleo pela grandeza do ideal, ufano-me
de ser áureo-cerúleo pelo que tem de emocional”.
Salve o
Pelotas! Salve o futebol brasileiro, aquele futebol de raiz, do interior! O
Lobão voltou!