Estou escrevendo este texto para a
coluna um pouco atrasado, sei disso. É que as mudanças de cenários e rumos no
Brasil são tão vertiginosas que tiram qualquer um dos eixos.
Além do mais a decisão do TSE da semana
passada me deixou extremamente estupefato que não consegui ter qualquer reação,
não mesmo.
Se tentasse canalizar minha sensação de desprezo e indignação em palavras, naquele momento, seria uma profusão de palavrões e xingamentos do mais
baixo calão.
Não conseguiria fazer uma análise lógica
dos fatos, não sei se conseguirei agora. Mas o que houve no nosso tribunal?
Um pouco de tudo: safadeza, proselitismo
judicial, alargamento das interpretações jurídicas, guerra de vaidades,
interesses ocultos, talvez até preocupação com a estabilidade do país. Talvez,
apenas, talvez, sentimento cívico.
Já havia vaticinado em minhas colunas
que Michel Temer, passado o turbilhão dos primeiros dias, se não renunciasse, dificilmente cairia do posto. Só que o preço disto é alto pois praticamente
inviabiliza as reformas tão necessárias ao país. Há um preço político para tudo
inclusive a permanência no poder, a dita estabilidade.
As reformas serão este preço, claro e a
impunidade junto e, nós, o povo, obviamente, pagaremos o pato.
Quando colocaram todos os partidos no
mesmo barco: PT, PSDB, PMDB, PP et
caterva fizeram com que eles se aliassem a qualquer preço. É uma questão de
sobrevivência, só isso.
Pior ainda é que ainda não houve punibilidade aos
gestores /criadores da ORCRIM, Lula e o PT. Então a impunidade ante as
evidências levou a todos os novos envolvidos a fazerem uma grande aliança e
partirem para cima da lava-jato.
Queremos os corruptos, todos,
independente de cor partidária na cadeia, mas para isso é preciso estratégia ou
acabaremos sem punir ninguém. Observem como o PT está quieto, Lula também. Eles
sabem que estão enrolados e agora silenciam ante a agonia dos demais. O ideal seria ter abatido um a um todos os corruptos.
Mas são tantos que não deu. O TSE teve a
chance de fazer uma limpa, não o fez alegando entre outras coisas a manutenção
da estabilidade política do país. Mentira absurda, mas eles a usaram como
justificativa.
O Brasil está caótico e instalou-se uma
resiliência interessante, blindando os setores mais importantes do país, das cada
vez mais cotidianas crises. Esta resiliência acaba acalmando o mercado e a
economia por isso e, porque já tinha atingido o fundo do poço, pelo menos não
piora. A população também mescla um que de desilusão com sentimento de que nada
adianta e um desprezo pela política como um todo.
Estes fatores somados levam a uma
inércia da população e o silêncio das ruas dá aos corruptos e simpatizantes a
chance de articularem uma tentativa de salvação de seus rabos nos podres porões
de nossa república.
O TSE a título de manter a estabilidade
política preferiu ser cego ante a colossal e meridiana coletânea de provas. Não
quis cassar a chapa Dilma-Temer.
A única estabilidade que mantiveram foi a
deles mesmos. Poderá o futuro provar que meu pensamento está equivocado e que o
Ministro Gilmar Mendes e, os outros 3 inomináveis que o acompanharam, tinham
razão. Por hora só me resta o desprezo e a indignação ante suas atitudes.
Mas como já comentei eu havia vaticinado
isto em outras colunas.
O que está decisão do TSE nos deixou de lições?
1-
Escancarou
a corrupção e a falência do sistema político e eleitoral brasileiro;
2-
Demonstrou
que de honesta Dilma não tinha nem o penteado;
3-
Mostrou
que as jararacas ainda rastejam nos porões de nossas instituições;
4-
Mostrou
ao Brasil um grande jurista, o Ministro Herman Benjamin. Ele teve a coragem de
desafiar o status quo reinante e
colocar o dedo na ferida, infelizmente sua tese não prosperou;
5-
Infelizmente
também o Ministro Hermam Benjamin jogou para as calendas qualquer chance de
ascender ao STF;
6-
STF
que, creio eu, dificilmente reverterá a decisão do TSE;
7-
O
que nos demonstra a inutilidade e o desperdício de dinheiro nos Tribunais
Eleitorais Brasil afora. Eles são uma criação da ditadura Vargas na década de
1930. Não tem utilidade nenhuma nos dias de hoje. Tribunais comuns deveria
julgar problemas eleitorais, assim o é na maioria dos países desenvolvidos. O
TSE e seus congêneres são jabuticabas típicas do sub desenvolvimento do Brasil.
Têm de acabar.
8-
Ganharam
nesta história toda o PT, Dilma, Lula, Temer e os corruptos. Perdeu o Brasil.
Mas o que fazer?
Não desistir da luta. É isto e apenas isto. E atenção, muita atenção!
Atenção com os
Salvadores da Pátria que surgirão aos borbotões. Atenção com o ressurgimento de
Lula e do PT travestidos de sei lá o que.
E principalmente
atenção com os golpes. Golpe das eleições diretas. Golpe do voto em lista.
Golpe da negociação pelas reformas (como a volta negociada do maldito imposto
sindical). Golpe do contra as reformas. O que eles querem é que fique tudo como
está!
E como as coisas
estão? Estão uma M.... Estagnação só interessa aqueles que nos colocaram neste
buraco.
O Golpe da
Constituinte. Este golpe é fatal e virá. Aguardem! Nossa constituição é ruim,
muito ruim. Por exemplo fala em mais de 40 momentos em direitos (especialmente
direcionados a alguns grupos) mas só fala 5 vezes de deveres. É garantista
demais e dessintonizada do nosso tempo e do nosso país. Mas delegar a este
bando de corruptos o poder originário de uma nova constituinte é suicídio. O
melhor é varrê-los do poder e depois consertar a Constituição (na minha
opinião,aliás, não tem conserto é jogar fora e fazer de novo), mas tudo a seu
tempo.
Ah, e observem
que também chegará a hora de discutir privilégios e modus operandi da justiça e principalmente do MPF. Eles não são
essa maravilha toda e corremos o risco de acabar numa ditadura legal. Devemos ter cuidado.
E cobrar. Sempre
cobrar nas ruas, nas redes sociais. A todo o momento. Mas sempre pensando
antes, a passionalidade é burra, sempre foi.
Quanto ao TSE,
serei passional, mesmo depois da reflexão devida.
Fica aos
senhores Ministros (aqueles 4 é óbvio) meu desprezo e indignação.
Os Senhores
transformaram nossa política em uma verdadeira trambicagem eleitoral.
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